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Fim do meu mandato na FENAPAF: um ciclo de vitórias

Estou encerrando mais um ciclo em minha vida. Hoje termina meu mandato de cinco anos como presidente à frente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol – FENAPAF, órgão que ajudei a constituir em janeiro de 2001.
 
E todo ciclo terminado merece uma reflexão.
 
Começo agradecendo todos aqueles que me ajudaram nessa empreitada, meus companheiros de diretoria, nossos colaboradores internos e externos, minha esposa e família. Todos foram extremamente importantes, cada um à sua maneira, para que eu pudesse desenvolver o trabalho.
 
Reputo ter sido um período da consolidação da FENAPAF como instituição, tanto em âmbito nacional como internacional.
 
E o que representou tudo isso para mim e porquê?
 
No plano profissional, pode-se constatar que nesse período a FENAPAF se firmou como a única e legitima representante dos atletas profissionais de futebol do país.  Seja nos debates legislativos ou ações judiciais, seja nas articulações políticas ou nas relações com os atletas estabelecemos novos marcos de atuação, constatadas e respeitadas por aqueles aos quais temos o dever e o prazer de representar.
 
Nesse período também colocamos nossos sindicatos membros na agenda dos debates mais importantes no que se refere às questões de defesa dos direitos dos atletas de futebol. Nas recentes e várias discussões acontecidas em Brasília ou desde de lá, o que antes era feito pela representação de um ou dois sindicatos estaduais, agora propõe a participação de todos aqueles nossos membros que tem trabalho a mostrar. A ampliação de nossa base sempre foi um de nossos objetivos. Grande conquista.
 
A FENAPAF também alcançou o status de interlocutor legítimo na representação dos atletas de futebol perante a Confederação Brasileira de Futebol – CBF e o fez à custa de um trabalho leal, equilibrado que enquanto pugnava o respeito intransigente dos direitos dos futebolistas também esteve totalmente voltado à reorganização do futebol que respeita o papel dos clubes cumpridores de suas obrigações e toda a sua importância.
 
O trabalho sempre foi feito a partir de uma responsabilidade que se prende ao fato de ter consciência que não há formula mágica. Um trabalho que, além da experiência de quem viveu dentro dos campos e que conhece a relação de trabalho entre atleta e clube, também considera tudo o que distingue as condições existentes e tão discrepantes de nosso país.
 
Foi um período em que nosso discurso transpôs a barreira da letargia coronelista ditatorial e nossas propostas em negociações claras e consistentes deram a tônica às reformas que temos presenciado e vimos acontecer em nosso futebol. O implemento do Fair Play Trabalhista, a criação da Câmara Nacional de Resolução de Disputas e a introdução do Sistema de Licenciamentos de Clubes faziam parte de nossa agenda que propunha o reordenamento do futebol. Nossa contribuição sempre teve como base um conteúdo sólido, sempre propositiva e construtiva, sempre foi real, nunca se pautou em mostrar para a mídia. O respeito que adquirimos não foi casual, foi fruto de muito trabalho, dedicação e muitas negociações que tiveram por base, principalmente, a lealdade.
 
Nossa entidade se destacou ainda na liderança do continente americano, assumindo a presidência da Divisão Américas da Federação Internacional de Futebolistas Profissionais – FIFPro, e estabeleceu negociações com as representações continentais de clubes – Conmebol e Concacaf – que estão resultando em extraordinários avanços em prol do desenvolvimento do futebol no novo mundo, não somente como negócio, mas em uma relação que exige que os direitos fundamentais dos futebolistas sejam respeitados.
Em termos de liderança sindical transpôs a barreira das Américas, assumiu papel primordial na FIFPro, em sua vice-presidência, e com isso propôs discussões que ganharam relevo mundial como o questionamento na Comissão Europeia do sistema de transferências cujo resultado pode ser novo marco de retomada da total liberdade do atleta profissional.
 
Nesse papel internacional ainda se destacou quando elaborou o único estudo científico que deu a dimensão exata de como as condições climáticas extremas podem debilitar a saúde dos jogadores que em vários casos podem determinar a fim de carreiras profissionais. Nessa discussão fez com que a outrora toda poderosa FIFA – que se recusou a negociar uma condição melhor para os jogadores que disputariam o torneio mundial mesmo com inúmeras tentativas feitas – fosse obrigada a introduzir as paradas para hidratação nos jogos da Copa do Mundo de 2014, através de uma decisão judicial que abriu precedentes importantíssimos em favor da categoria, além do próprio resultado em si.
 
No plano pessoal os resultados foram fascinantes.
 
A exigência do preparo emocional e intelectual para lidar com tanta gente e oriundas de culturas diferentes com problemas diferentes – que é o que acontece com esse nosso país continente – me fez reiterar o aprendizado que é necessário mais saber ouvir do que falar, mais se dispor a entender do que querer ser entendido, ou seja, resulta em aprender mais e mais porque quanto mais nos preparamos mais nos damos conta que não sabemos nada.
 
Assim, é transbordando de alegria, de alegria e satisfação que passo a bola para o Felipe Augusto que agora tem a missão de conduzir a FENAPAF, esperando que ele e sua diretoria possam aumentar o êxito que eu e minha diretoria tivemos, capacidade para isso eles todos têm.
 
Agora ficarei na retaguarda no Sindicato de SP, mas sempre atento e às ordens.
 
Continuo à disposição como um soldado, mas não qualquer soldado, daqueles que estão sempre dispostos a morrer em batalha, se preciso. Ou com a disposição daquele atleta de futebol que adora entrar em campo para a disputa de uma final de campeonato, daquela final jogada no campo do adversário, que é o favorito, e ainda tem toda a torcida do estádio contra.
 
Meus sinceros agradecimentos a todos!
Felicidades FENAPAF!
Rinaldo Martorelli

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