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O Futebol Brasileiro tocando pandeiro para doido dançar

Não é possível! O Futebol Brasileiro indo cada vez mais para o buraco.

Agora o CEO da SAF do Botafogo encontrou o palco que procurava há tempos: o Senado Federal, na Comissão da CPI das Apostas Esportivas.

O cara foi recebido em reunião secreta e o presidente da CPI saiu deste encontro afirmando que há fortes indícios para a continuidade das investigações acerca de manipulações de lances em jogos que interferiram no resultado final do Campeonato Brasileiro. Indícios que o tal do CEO vem alardeando já há algum tempo.

Ele depôs em um inquérito na Polícia Civil do Rio de Janeiro no dia 03 de abril deste ano. Quanto a isso cabe alguns questionamentos: o CEO não apresentou os tais indícios naquele depoimento? Ou, os indícios são tão inconsistentes que a Polícia Civil não viu possibilidade de iniciar uma investigação séria? Porque de lá até esse depoimento na CPI nada aconteceu, pelo menos, nada foi anunciado a respeito.

Aliás, a situação está tão sem pé nem cabeça que andei lendo, em mais de uma fonte – daquelas ditas “especializadas”, que há “indícios fundamentados” para que se abra uma investigação quanto a manipulação de resultados em vários jogos.

“Indícios fundamentados”?

Só para seguir na mesma esteira, se o indício for fundamentado, ele não é indício, é prova. Se for prova, coisa que é difícil de acreditar, está havendo muita negligência nessa apuração. A negligencia recairia até mesmo no acusador – por isso a dificuldade que tenho em acreditar na posição dele, porque o que ele tem mais procurado é holofote para sua causa. Se tivesse mesmo alguma prova o escândalo já teria se instalado.

Indícios fundamentados

A loucura continua. Pelo menos até aqui com aquilo que se sabe, é que os tais “indícios fundamentados” foram levantados por uma análise feita por meio de um sistema de inteligência artificial. Parei!

A análise se prende ao “comportamento” do jogador no lance que resulta o gol que, teoricamente, estaria manipulado. Mais precisamente, o comportamento inadequado do jogador em função ao lance analisado. Que numa repetição de lances o jogador analisado tem um único comportamento e a sustentação da IA é a de que no lance que resultou o gol manipulado o jogador mudou seu comportamento de alguma maneira.

E o pior é que essa moda está pegando. Os jogadores estão sendo indiciados e julgados pelos relatórios das empresas que analisam a possibilidade de manipulação. “Os jogadores X e Y saíram para o ataque, perderam a bola, a equipe adversária retomando a bola chegou a finalizar em gol convertendo o tento. Os jogadores X e Y não se esforçaram para a reconquista da bola, nem demonstraram interesse nesse resgate, estão manipulados”, foi mais ou menos o que li em um relatório recente. Resultado: a comissão os condenou com base no relatório, não havia nada de provas, seja de troca de mensagens ou de comprovantes de recebimentos de propinas.

25 anos de profissão

Para alguém, como eu, que passou mais de vinte e cinco anos no campo de jogo, tendo como meu sustento essa atividade, tudo isso bate violentamente na minha dignidade, uma violação, um estupro profissional.

Nos dias de hoje, as minorias ganharam ampla defesa (justa), mas o jogador de futebol não encontra quem o defenda, a não ser nós, do Sindicato de Atletas SP.

Deixo claro, antes que apareça o time “do contra”, que a defesa é pela justiça que se busca pelos atletas e não por qualquer possibilidade de manipulação de resultado.

Voltando a questão dos “indícios fundamentados”, será que a IA analisou o comportamento dos atacantes que fizeram os gols? Penso que não, porque se os goleadores tivessem sempre o mesmo comportamento, dificilmente os lances resultariam em gols.

Gostaria de ter conhecimento de uma análise de lances e comportamentos feita pela IA do eterno camisa 10 do Brasil, Pelé, já que ele tinha um repertório infindável de jogadas. Acho que a IA iria “fundir a cabeça” e não chegar a nenhum indício fundamentado”.

Quanto ao CEO do Botafogo, que, finalmente, arranjou alguém para tocar o pandeiro, seria bom se ele pagasse suas dívidas. Um profissional contratado no primeiro mês de sua gestão ainda não recebeu um pagamento sequer. Informação, mais que recebida, foi presenciada por mim, ou seja, a fonte é fidedigna ao extremo. Não apresento o nome para não constranger o credor que ainda tem esperança, mas teve que negociar para, pelo menos, receber o valor dos impostos que recolheu ao emitir suas notas fiscais.

Há responsáveis diretos por essa situação, principalmente o Congresso Nacional, que aprovou a lei da SAF permitindo a entrada desse tipo de “investidor”.

Mas quanto a isso – a necessidade de mudança de mentalidade e ferramentas para a transformação, deixaremos para uma outra hora porque é um texto mais extenso.

Por agora, somente lamentar que o Futebol Brasileiro, indo para o fundo do poço, abre cada vez mais espaço para que os doidos venham dançar. E sempre haverá alguém para tocar o pandeiro no país do samba, que um dia, já foi do futebol.

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