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ONDE A GRAMA NÃO NASCE: Muita mídia para pouco futebol

Infelizmente, não tiramos lições do vexame da Copa do Mundo de 2014. Agora, nos primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul, a impressão é que alguns jogadores, que já jogam ou estão negociados com clubes europeus, se sentem penalizados por representar seu país, sem comprometimento, orgulho, ou patriotismo em vestir a camisa da Seleção Brasileira. Os outros aparentam jogar só com essa finalidade.  Não estou dizendo que não devam buscar o melhor para suas carreiras, mas não parecem demonstrar nenhum sentimento de orgulho, de gratidão ou até de respeito em representar seu país. Definitivamente, precisamos e devemos rever os conceitos. Jogamos contra as “poderosas” seleções da África do Sul e Iraque, e a questão não é só o resultado dos jogos. Vencer, empatar ou perder faz parte do jogo. Mas o importante é entender e analisar como vencemos, empatamos ou perdemos os jogos.
 
Qualquer um que toca com efeito na bola, que faz um gol bonito, uma jogada de classe ou uma boa partida é considerado, aclamado e rotulado como craque. Menos, né? Muito menos!!! Perdemos a nossa referência, não temos exemplos, não temos craques, me recuso a chamar de craques esses bons jogadores. Minha referência e imagem de craque é outra. Sem querer aqui comparar por se tratar de outras épocas, mas quem viu os jogadores que vimos, não pode chamar de craque uma geração descompromissada e que pouco produziu ou contribuiu com seu clube ou com seu país. Isso sem contar a forma como jogamos e fomos eliminados da Copa América, e nossa incômoda situação nas Eliminatórias, onde corremos sério risco de ficar, pela primeira vez na história, fora de uma Copa do Mundo.
 
Respeito e admiro muito meu amigo Rogério Micale desde os tempos de Londrina, onde fomos companheiros de equipe. Com esse pouco tempo para treinar, com essa mentalidade, com essa falta de vontade e compromisso, não dá. Poderia ter chamado qualquer renomado, seja ele Tite, Pep Guardiola, Mourinho ou Simeone. Qualquer treinador que reputem ser o melhor, não daria jeito. É muita mídia para pouco futebol.
 
Podemos até conquistar alguma medalha (em se tratando de futebol, tudo é possível), mas da mesma forma que seria melhor termos sido eliminados na Copa do Mundo pelo Chile (aquele chute no travessão, do Pinilla), e evitaríamos o maior vexame da nossa história no futebol, começo a desconfiar que seja melhor nem passar dessa fase, para não correr o risco de reviver o fantasma do mundial e depois constatar que nada evoluímos, e que nenhuma lição foi aprendida.

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Júlio César Bonfim é ex-goleiro e atuou em equipes como Corinthians, Vasco e Londrina. Hoje, é preparador de goleiros do Projeto Expressão Paulista. Na atual profissão, já passou por Corinthians, Audax-SP e Seleção Brasileira Feminina.

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