O Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (FENAPAF) já entraram em contato com a CBF e com atletas dos clubes envolvidos nas mudanças de calendário promovidas pela entidade, que farão com que pelo menos Santos, São Paulo, Náutico e Atlético-MG disputem partidas com intervalos inferiores a 66 horas.
A Lei Orgânica da CBF estabelece esse número de horas como intervalo mínimo para a realização de jogos consecutivos. Há exceções, mas uma análise preliminar dos órgãos sindicais indica que elas não se aplicam aos casos analisados:
– O intervalo mínimo é de 66 horas, mas há uma exceção que pode reduzir o prazo para 44 horas, dependendo da distância entre os locais dos jogos. Pelo que avaliamos até agora, entretanto, não parece ser o caso – afirmou Rinaldo Martorelli, presidente das duas entidades.
Martorelli disse que, no primeiro momento, tentará promover um diálogo entre clubes, atletas e CBF, em busca de uma solução que não envolva ação judicial:
– Já entramos em contato com os atletas, até para saber se têm interesse na nossa representação. Também já entramos em contato com a CBF, e devemos ter uma resposta em breve. As vezes, o que parece um bicho de sete cabeças vira uma formiguinha na hora de discutir, e chega-se a uma solução – explicou.
Ainda segundo Martorelli, a não observação das leis vigentes e o número de partidas excessivo contribui para encurtar a carreira dos jogadores:
– Nosso trabalho é preservar os atletas. A carreira do jogador já é curta, se não há cuidado com a saúde, acaba encurtando ainda mais. Os jogadores que fazem o espetáculo – afirmou.
A expectativa é de que uma resposta da CBF venha nos próximos dias.