por Luiza Oliveira
Clique e veja no Portal UOL
O Sindicato dos Atletas do Estado de São Paulo já foi considerado pouco eficaz para defender os direitos dos jogadores e virou alvo de críticas até de Ronaldo Fenômeno. Mas decidiu mudar a postura e ter ação mais incisiva. O caso João Vitor fez a entidade despertar para discutir questões importantes como violência e pré-temporada.
Nesta terça-feira, o presidente do Sapesp Rinaldo Martorelli se reuniu com todo o grupo do Palmeiras, com exceção de Kleber, antes do treino da tarde na Academia de Futebol. Os elencos de São Paulo, Corinthians e Santos também são alvo de conversas neste mês.
O papo informal deu abertura para que os jogadores se posicionassem e discutissem vários assuntos. Mas o principal tema foi a briga entre João Vitor e torcedores. A intenção é conseguir um documento em que os atletas se comprometam a não entrar em campo, se houver outro incidente de agressão. Eles poderiam até paralisar uma rodada do Campeonato Brasileiro se tiverem o apoio de todos os clubes.
“A gente teve uma reunião com o sindicato. Corinthians, São Paulo e Santos também serão procurados. Isso vai ser passado para os outros estados. O sindicato vai se pronunciar a respeito disso”, disse o goleiro Deola. Até a próxima sexta-feira, deve haver um posicionamento.
Martorelli agora consulta os jogadores sobre o projeto que havia elaborado após o caso João Vitor. “Podemos trabalhar a ideia de greve. Tem que ver o engajamento dos atletas de vários clubes. Temos que retomar o controle, senão esta violência ainda vai acabar em morte”, disse, ao jornal Marca Brasil.
Outros temas também foram abordados. Além da segurança dos jogadores, o Sapesp também se preocupa com as condições de trabalho e os horários de jogos. Segundo Deola, há um projeto para aumentar o período da pré-temporada, reclamação constante em todos os meses de janeiro. O início precoce dos estaduais, especialmente do Paulista, deixam a fase preparatória bem curta, o que pode ter consequências para a condição física dos jogadores ao longo do ano.
A entidadade começa a agir após muitas críticas de atletas engajados. Além de Ronaldo, o zagueiro do Corinthians Paulo André vem cobrando uma ação mais incisiva da entidade há bastante tempo. No mês de janeiro, ele já trabalhava para unir jogadores dos rivais paulistas e enviar uma carta com reivindicações ao Sapesp.