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Zetti: “Se os jogadores apoiassem o sindicato, o futebol pararia no dia seguinte”


Qual a sua posição sobre o Bom Senso F.C.?

Essa bandeira já foi levantada muitas vezes. Na minha época, já aconteceu isso. O atleta sempre foi prejudicado. Os próprios clubes começaram a recusar contratar jogadores ou até mesmo a dispensar atletas que reivindicavam melhorias no futebol brasileiro. Eu tinha a Lei do Passe. Todo mundo era contra a Lei do Passe. Mas quem era contra acabava sendo colocado de escanteio.

Você é cético então em relação à atuação do movimento?

Quem tem que tomar essa decisão é o Sindicato dos Atletas. O sindicato é muito forte, talvez o mais forte do país, só que não é aproveitado. E os atletas são culpados disso, porque não procuram o sindicato para conhecer os seus direitos. Todo mês tem a contribuição sindical que sai direto do holerite do jogador. O atleta não sabe o destino disso nem vai atrás. O jogador a cada seis meses troca de clube, então não se apega ao futebol. Não encabeça um movimento em São Paulo, porque amanhã está no Rio, em Minas, fora do país. Não quer nem saber o que está acontecendo com o sindicato.

E qual a solução?

Se os jogadores apoiassem o sindicato porque entendem o que ele pode fazer pela classe, o futebol pararia no dia seguinte.

Alguns líderes do Bom Senso querem deixar um legado para os futuros jogadores. Você acredita nisso?

Não acredito. Toninho Cecílio foi presidente do sindicato. Quando começou a tomar partido contra os clubes, foi rejeitado e dispensado do Palmeiras. O Vladimir, que também passou pelo sindicato, teve problemas parecidos. O atleta não pode fazer uma greve sem o aparato sindical. Se os atletas não acreditarem e não tiverem confiança, que se mexa no sindicato. Tem que falar a mesma língua.

“Não acredito [no legado do Bom Senso FC]. Se os jogadores apoiassem o sindicato, o futebol pararia no dia seguinte”

O futebol era mais legal na sua época?

A gente tinha muito mais valores jogando juntos no Brasil. Era mais difícil sair, não havia passaporte comunitário. Pra sair, você tinha que ser campeão de tudo. Zico saiu com 24, Sócrates, com 25, Raí, com 26. Não saía porque chutava bem na bola. Saía porque era campeão brasileiro, da Libertadores, jogava Copa do Mundo. Hoje, é um comércio. Não joga na Itália, mas vamos encaixá-lo na Ucrânia. Dois anos, traz o cara de volta.

É mais difícil um jogador hoje ter identificação com o clube e se transformar em um ídolo?

O cara se torna ídolo não pelo tempo que fica no clube, mas sim pelos títulos que conquistas. Às vezes, um jogador fica três meses e ganha Brasileiro, Libertadores e Mundial. E vira o maior ídolo do clube. Mesmo que seja vendido depois para a Europa, marcou presença. E tem aquele que fica oito anos e não ganha nada. Ídolo é a conquista. Só assim entra para a história no clube pelo resto da vida.


Fonte: Esporte Fino

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