Sindicato mais uma vez se apresenta como ferramenta de solução
Após participar dos arbitrais das Séries A4 e A2, Rinaldo Martorelli voltou a representar a categoria, desta vez no Conselho Técnico da Série A3.
É no Conselho Técnico que algumas questões do regulamento (aquelas que são passíveis de votação) são definidas. Momento também para outras manifestações que sejam pertinentes ao encontro dos representantes dos clubes, atletas e treinadores.
Os clubes se mostraram bastante preocupados com as frequentes abordagens de aliciadores para que os jogadores manipulem os resultados das partidas.
PALESTRAS E ORIENTAÇÃO
A Série A3 tem forte presença sindical dentro dos vestiários. Os dirigentes dos clubes ressaltaram o trabalho do Sindicato de Atletas SP, que ministra palestras educativas aos atletas, mas seguem assustados com o aumento de casos.
Há relatos de jogador apostando pelo próprio celular no intervalo do jogo.
“Fica evidente que esses jogadores não tiveram oportunidade de assistir à palestra ministrada pelo Diretor de Relacionamento Mauro Costa. Se assim fosse saberiam quais atitudes caracterizam a manipulação e que qualquer membro do time está proibido de apostar, porque as consequências são gravíssimas, seja para sua profissão, seja para sua vida pessoal”, alertou Martorelli.
Quanto a isso, o presidente ainda expôs duas questões.
A primeira se refere à Ludopatia (compulsão pelo jogo), comportamento que consiste em jogar e apostar sucessiva e descontroladamente, que vem assolando os jogadores na Europa e também está chegando no Brasil.
É importante considerar que chegou na Europa antes porque lá as apostas esportivas se tornaram comum muito antes do que aqui no nosso país. Essa é uma questão que merece muita atenção dos clubes quanto aos sinais, as mudanças de comportamentos que podem ocorrer.
A segunda propôs e deixou à disposição dos clubes a possibilidade de elaboração de um regulamento interno de comportamento, a ser homologado no Sindicato de Atletas SP e Justiça do Trabalho, seguindo todos os procedimentos legais, principalmente no que diz respeito aos esclarecimentos para os atletas profissionais, de normas que possam coibir o uso de celulares em ambientes que possam ser utilizados para a efetivação das apostas esportivas.
“O que estamos querendo fazer é proteger o atleta dele mesmo, porque ao evitar que ele use o celular para cometer esse crime, porque na legislação penal essa ação já está assim caracterizada, e seja banido do futebol, estaremos preservando seu trabalho, sua dignidade e sua vida. Precisamos trabalhar duro para extirpar esse problema do futebol e para isso temos que ser inteligentes e corajosos. O mundo tem sofrido as transformações de forma avassaladora e não podemos esperar o pior acontecer, temos que sair na frente”, sugeriu.
Na mesma reunião, os presidentes Rinaldo Martorelli e Reinaldo Carneiro Bastos deram detalhes sobre premiação da Seleção do Campeonato, que valoriza ainda mais a competição porque é composta com os votos, rodada a rodada, dos próprios atletas que participam das partidas.
FOTO: RODRIGO CORSI/FPF