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Reorganizar o futebol não significa acabar com os clubes pequenos

Afinal, o que é ser um clube profissional de futebol? E um atleta profissional de futebol? A resposta parece óbvia, mas não é.
 
Hoje, vivemos no futebol brasileiro um problema estrutural gravíssimo. Clubes de menor expressão, os chamados pequenos, estão se afundando em dívidas graças às terceirizações descontroladas que atingiram as administrações esportivas no século XXI.
 
Usarei como exemplo o Osvaldo Cruz, clube do interior de São Paulo, onde presido o sindicato. É considerado no mercado um clube profissional e emprega diversos atletas durante o ano. E é justamente ai que entra a questão.
 
Em 2015, esse mesmo clube empregou, sem pagar um centavo sequer, dezenas de atletas. E pior. Não deu condição alguma de moradia e trabalho. O caos chegou ao ponto dos jogadores terem que utilizar água da chuva para fazer café. Isso é ser um clube profissional?
 
No papel, sim. Na prática, não.
 
Nesta semana, um jornalista me questionou sobre a possível extinção de clubes pequenos com a nova regulamentação e fiscalização no futebol, tanto do governo quanto das federações. Fui o primeiro a levantar a bandeira dos atletas.

Luto há anos em São Paulo para que os clubes assumam o compromisso de oferecer estrutura mínima de trabalho, para ai sim terem direito a vagas em competições oficiais. Caso contrário, estaremos capitaneando terreno fértil para esses pseudo-investidores, que entram no futebol para se alimentar do sonho de jovens atletas e de seus familiares. Gestões que  extorquem pais de atletas que lutam para ajudar os filhos a ser tornarem jogadores profissionais.

 
Por isso, quando me perguntam sobre o tema, é claro que zelarei pelo emprego. É a condição de partida do trabalhador. Porém, se não criarmos regras, passaremos a criar os falsos empregos, aqueles que favorecem uma minoria tão pequena que não conseguimos enxergar a olho nu, enquanto a maioria pena com postos de trabalho que beiram a escravidão.
 
Assim deve ser um clube de futebol. Condição financeira estável, certidão negativa de débitos, estrutura, vestiário, alimentação, gramado. Tudo deve ser fiscalizado em nome do crescimento. O atleta que trabalha com estrutura rende muito mais, e as administrações planejadas são inevitavelmente mais duradouras e sólidas.
 

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