FUTEBOL INTERIOR
São Paulo, SP, 29 (AFI) – O técnico Guto Ferreira, com campanha vitoriosa na Ponte Preta, e Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo, convidados especiais do programa Cadeira Cativa, da Rede Família de Televisão debateram, nesta segunda-feira à noite, assuntos importantes do futebol brasileiro. Entre eles a desigualdade da divisão de receitas dos clubes, o uso da tecnologia e a arbitragem.
Com ampla experiência na formação de jogadores, Guto Ferreira realiza campanha invejável na Série B do Brasileiro. Lidera a competição depois de comandar o time por 13 jogos, com 10 vitórias, cinco delas seguidas, um empate e duas derrotas. Mas reclama da diferença de investimentos entre os clubes, principalmente da Série A do Brasileiro para a Série B.
“Isso é muito desproporcional. Um clube como a Ponte que caiu ano passado, caiu de receita de R$ 20 milhões para R$ 3 milhões da televisão. É uma diferença espantosa, porque dificulta estes clubes a se programarem. Como fazer, por exemplo, um contrato mais longo com alguns jogadores de melhor nível técnico. Fica inviável”, explica Ferreira.
O técnico revela ainda que se um time de porte médio chega na Série A, a margem dele de “erro passa a ser mínima”.
Citou como bom exemplo da divisão de cota a Liga Inglesa, onde 50% dos recursos são destinados de forma igual aos times da Primeira Divisão; 30% por índice técnico e 20% para os clubes que conseguem arrecadar mais.
ARBITRAGENS POLÊMICAS
Martorelli concorda com Guto Ferreira, lembrando que “há muito tempo há um desnível que vem sido combatido, mas sem nenhuma ação efetiva dos dirigentes”. Para Artur Eugênio Matias, diretor do Portal Futebol Interior:
“Em São Paulo a elitização do futebol foi promovida por 11 anos de administração de Marco Polo Del Nero”, agora vice-presidente eleito da CBF. Sobre as polêmicas das arbitragens, todos concordaram que o uso da tecnologia seria fundamental.
“Existe problemas de padronização e de custos. Mas é a saída para garantir a eficiência do resultado real e verdadeiro,sem um erro humano, ou quase sem ele”, comentou Martorelli. Ele também e mostrou contrário ao modo como é feito o sorteio, de forma dirigida. Ele preferia um "sorteio verdadeiro, em condições iguais para todos".
O presidente do Sindicato também comentou a recente determinação da Fifa para diminuir a ingerência dos empresários no futebol, que no Brasil gira em torno de 80 a 90%, contra números de 2 a 8% nas principais Ligas da Europa, com exceção de Portugal e Espanha.
“Eu fiz parte desta comissão da Fifa. Na verdade a lei já existe no Brasil, mas não é cumprida. O que acontece na verdade é que todo mundo mete AA no clube e não acontece nada. O clube sempre é prejudicado”, criticou firmemente. Ele discute se é válido uma ação mais efetiva da Fifa.
“As vezes a gente fica em dúvida se é melhor regulamentar ou não”.
CADEIRA CATIVA EM TODO BRASIL
O enfático e dinâmico Guina Paiva faz a ancoragem do Cadeira Cativa, tendo a assessoria da garbosa Ana Cecília Pereira que, além de acaloram a discussão com as observações femininas, faz a interação com os espectadores pelas mídias sociais.
Junto com Guina Paiva e Ana Cecília Pereira, tomam parte no time esportivo da Rede Família de Televisão, o experiente jornalista Artur Eugênio Mathias (diretor do Portal Futebol Interior), o repórter Nando Lopes e o narrador Roger Willians.
O Cadeira Cativa se estabilizou com um dos melhores programas de debates na televisão brasileira, tendo uma abordagem crítica e propositiva das questões estruturais do futebol. Usando uma linguagem alegre, inteligente e dinâmica, o Cadeira Cativa tem uma linha editorial independente e vem apresentando soluções para fortalecer o futebol brasileiro.