Preocupado com o impacto causado aos atletas em partidas disputadas pela manhã em todo o estado de São Paulo, o presidente do Sindicato de Atletas Profissionais, Rinaldo Martorelli, se reuniu nesta semana com os diretores da Federação Paulista de Futebol para tratar do assunto. Estiveram presentes o ex-volante Mauro Silva e o médico da FPF, Moisés Cohen.
O presidente do SAPESP, como sempre, externou sua preocupação com as altas temperaturas e o impacto causado diretamente à saúde dos jogadores, como na partida entre Santos x Ituano marcada para às 11 horas deste sábado.
O sindicalista lembrou os dirigentes sobre a experiência adquirida quando foi realizado um estudo cientifico elaborado para a Copa do Mundo, que abrigou a FIFA a realizar uma parada para hidratação dos atletas a cada tempo de jogo. Porém, ressalvou que aquele trabalho visava os jogos realizados às 13h no nordeste brasileiro, questão que muda um pouco o enfoque presente. Por isso, o presidente do SAPESP insistiu em ter elementos médicos científicos para a preservação da saúde dos jogadores.
Moises Cohen explicou ao sindicalista o trabalho de prevenção que a FPF vem fazendo durante a competição, e destacou a existência de acompanhamentos realizados por sua equipe em todas as partidas. Segundo ele, assim que a temperatura chega aos 28°, há orientação para que haja parada para hidratação dos jogadores. A FIFA , por sua vez, fixa a marca apenas nos 32°.
Ainda assim, o presidente Martorelli insistiu na necessidade de parâmetros mais objetivos quanto aos jogos realizados pela manhã. E houve o comprometimento do médico da FPF na elaboração de estudos mais dirigidos e com equipamentos avançados de alta tecnologia – semelhantes aos utilizados nos jogos simulatórios para a Copa do Mundo realizado pela FENAPAF, FIFPro e sindicatos (serão utilizados como referência para chegar a um resultado de total segurança para a vida dos atletas).
"Enquanto o estudo não é realizado, monitoraremos esse monitoramento realizado pela Federação Paulista de Futebol. O primeiro passo para minimizar esse impacto é realizar uma parada em cada tempo. Estaremos atentos aos jogos das três divisões que estão sendo submetidos a esses horários", explicou Martorelli.
Para quem não sabe, antes do mundial realizado no Brasil, a FIFPro, em parceria com a Fenapaf e sindicatos estaduais brasileiros, realizou a medição térmica interna dos atletas durante partidas que simulavam as praças e horários dos jogos marcados pela FIFA. Os jogadores ingeriram pequenas capsulas contendo um termostato, que media a temperatura central do organismo (temperatura do sangue) quando submetidos ao impacto do calor dos horários simulados.
“É importante verificar que a administração da FPF vem se preocupando com a preservação da condição física dos atletas e me satisfez a postura do Dr. Moisés e equipe, que, aliás, faz jus ao seu gabarito. Ele vem buscando, dentro dos elementos disponíveis – humanos e tecnológicos – na área médica, todos os meios para fazer com que o trabalhador seja um elemento importante e de destaque num esporte que todos temos o dever de proteger”, finalizou Martorelli.