A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), organizou na última quarta (09 de março) e quinta-feira (10) os conselhos técnicos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro 2016. Representando a FENAPAF (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), o atual presidente da entidade, Rinaldo Martorelli, participou da reunião com os clubes e reiterou a necessidade de observação dos direitos dos atletas, como parte integrante da reorganização do futebol brasileiro.
O sindicalista também registrou a diretriz do trabalho dos sindicatos na luta pelos atletas menos privilegiados, ou seja, aqueles que têm menos condições de se defender perante os empregadores e mercado.
"Os jogadores, tido como craques não precisam de leis, tampouco de sindicato. Como os clubes os querem de qualquer forma, eles negociam suas próprias condições de trabalho. Nosso foco é pensar e trabalhar pelos que não atingiram essa condição. É trabalhar preocupado em garantir o pagamento de salários e demais verbas do contrato de trabalho. Para isso, precisamos criar mecanismos para efetivar essa condição", defende o presidente.
Para Martorelli, fica evidente que esses encontros são marcados por posições muito distintas dos clubes. Primeiramente, em relação a algumas propostas da própria CBF, e depois, pelos interesses de cada um. A questão que mais chamou a atenção do sindicalista foi a mentalidade arcaica e truculenta com a qual alguns representantes ainda dirigem grandes clubes do Brasil.
"Não imaginava que a mentalidade ainda permanece nesse estágio. Ouvi o questionamento de um dirigente de clube, que foi campeão brasileiro, sobre respeitar alguns direitos que já são consagrados aos atletas. Depois, quando me pronunciei, ele disse que eu me atrevia ao absurdo de achar que todos os direitos devem ser respeitados (clubes e atletas) para que, enfim, pudéssemos reorganizar o futebol”.
O presidente ainda ratificou a posição da FENAPAF em priorizar a negociação até seu total esgotamento, antes que atitudes extremas sejam tomadas. E colocou-se à disposição dos participantes.
“Essa é a maneira que venho contribuindo decisivamente com a mudança positiva do futebol, inclusive em negociação com a CBF. Conseguimos fazer com que a entidade entendesse essa necessidade. Duas ferramentas importantes foram pautas dos sindicatos representados pela FENAPAF. O Sistema de Licenciamentos de Clubes e a constituição da Câmara Nacional de Resolução de Disputas”, observou o sindicalista.
Martorelli também enfatizou o processo positivo de mudanças da nova direção da CBF, que vem facilitando essa evolução pela forma inteligente como capitaneia o processo.