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ONDE A GRAMA NÃO NASCE: quem precisa de banco de reservas?

A dois passos do paraíso
Os dois primeiros passos foram assustadores, nos deixando preocupados e assustados com o que fora apresentado. Não somente pelos resultados, mas também pela postura e desconfiança que gerou em todos nós. Parece que a emblemática cena do garoto usando a camisa do Brasil com o nome Neymar Jr. riscado, substituído por Marta, acertou em cheio não só o camisa 10, mas todo o grupo, que ecoou e despertou o real sentimento de defender seu país.

Em campo, os jogadores mostraram brio, coragem e vibração. As entradas providenciais dos ‘gremistas’ Wallace e Luan arrumaram a equipe dando equilíbrio, aproximando as linhas e ocupando melhor os setores do campo. Deixou bem claro que futebol é um esporte co-le-ti-vo, e se o coletivo estiver alinhado e presente, aí sim a qualidade individual poderá desequilibrar. Como visto pelos Finalistas da Eurocopa, Copa América e da Libertadores da América.

Com isso, demos mais dois passos, agora seguros, com personalidade e determinação, mostrando atitude e postura. Agora estamos a dois passos do paraíso. Vencendo nosso próximo adversário, Honduras, que eliminou a Argentina, pegaremos o vencedor de Alemanha e Nigéria, em busca da tão sonhada e esperada medalha. Não será fácil. Quem disse que seria?  
 
Quem precisa de banco de reservas?

Em 1993, joguei pela Platinense, da simpática e agradável, Santo Antônio da Platina (Paraná), cidade em que fui muito bem recebido e acolhido e onde tive momentos de muita alegria e satisfação profissional. Cheguei com o campeonato em andamento, e antes de conquistar um lugar na equipe, fiquei algumas rodadas no banco. Num desses jogos em casa, no Estádio José Eleutério da Silva, ganhávamos por 3 a 0.

Era um jogo noturno, morno e fraco tecnicamente. Lá pelos 40 minutos do segundo Tempo, um companheiro sentado ao meu lado insistia em xingar e insultar desnecessariamente o árbitro, com ofensas gratuitas, levando-se em conta até pelo placar elástico num jogo praticamente decidido. Já o conhecia de outras temporadas, pelo seu temperamento ácido e de poucos amigos, era um árbitro rigoroso, mas sério, não dava muita conversa. Ele devia estar louco pra apitar o fim de jogo, nem ele aguentava mais, escutando mais um insulto, alertei:

– Para com isso! Tá ofendendo, o jogo já tá definido, vai dar m….!

Numa jogada lateral da equipe adversária, bem próxima a nosso banco, ao marcar uma falta, o árbitro que fazia ‘vista grossa’, aos gritos vindos do meu companheiro, não suportou escutar mais um insulto. Virou-se para o nosso banco e ameaçou:

– Chega! Mais uma palavra e expulso todo o banco! Ao se virar pra autorizar a cobrança, escutou:
– Não tem problema, a gente senta no chão!

Lá se foi sua paciência. E vindo em nossa direção, berrou:

– Não quero nem saber quem falou tá todo mundo fora! Podem sair!

Sabe aquela história, eu corto meu pescoço, mas não digo quem fui? O treinador, antigo companheiro em outro clube e quem pedira minha contratação, só não ficou mais “pê” da vida comigo pelo fato do jogo estar definido. Não deu nem tempo de chegar ao vestiário, já escutamos o apito encerrando a partida. Ainda me dirigi ao árbitro para cumprimentá-lo me desculpando. Depois de todo ritual pós-jogo, lembro bem o que tive que escutar do nosso treinador. Desculpei-me dizendo que não tinha resistido que foi um ‘comentário’ em voz alta, infeliz…

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Júlio César Bonfim é ex-goleiro e atuou em equipes como Corinthians, Vasco e Londrina. Hoje, é preparador de goleiros do Projeto Expressão Paulista. Na atual profissão, já passou por Corinthians, Audax-SP e Seleção Brasileira Feminina.
 
 

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